
Soulless
Gail Carriger
Orbit Books
Fantasy
373 páginas
Numa época Vitoriana alternativa, vampiros, lobisomens e fantasmas saíram da obscuridade e estão devidamente integrados na sociedade londrina. Alexia Tarabotti, solteirona por virtude de uma cútis demasiado escura e de um pai Italiano, é atacada por um vampiro que parece ignorar que ela é uma pretenatural, um dos raros humanos sem alma que são imunes tanto a vampiros como a lobisomens. Acidentalmente, Alexia mata o vampiro e o temperamental Lord Maccon do BUR (Bureau of Unnatural Registry) é forçado a intervir.
O vampiro morto (ou será re-morto?) não foi criado por nenhuma das colmeias locais e vampiros e lobisomens sem associação a qualquer colmeia ou matilha estão a desaparecer por toda a Inglaterra. Os Sobrenaturais parecem acreditar que Alexia tem alguma coisa a ver com isso, afinal, no passado, os pretenaturais usavam a sua imunidade para os exterminar. Contra a vontade de Lord Maccon, Alexia empreende esforços para descobrir o que se passa.
Alexia Tarabotti é uma personagem fascinante: independente, inteligente e sarcástica; perfeitamente confortável no seu papel de alguém que foi colocada ligeiramente à parte da sociedade, mas também insegura, marcada por demasiados anos a ouvir listar as suas insuficiências. Lord Maccon e Lord Akeldama, lobisomem e vampiro, escocês rude e dandy afrancesado, são contrapontos perfeitos, enquadrando as facetas conflituosas de Alexia. Depois há o Professor Lyall, Beta de Lord Maccon, sereno e competente e provavelmente implacável. Suspeito que desenvolvi um fraco pelo professor Lyall, o que é deveras desconcertante.
Soulless é um daqueles livros que se lê de uma assentada porque simplesmente temos de descobrir o que se passa a seguir. A escrita é leve e bem-humorada, mas de maneira nenhuma inconsequente ou vácua. As personagens são ricas e bem-construídas e os pormenores, especialmente no que diz respeito aos aspectos steampunk da história são visualmente estimulantes. Não posso dizer que a resolução do mistério me tenha surpreendido extraordinariamente, mas o livro é mais comédia de costumes do que policial. A única coisa de que não gostei: Ninguém explicou os polvos.